“Imploda as crenças, culturas e processos limitantes da inovação e do crescimento da sua organização!”
A frase acima é muito mais que uma sugestão, ela afirma uma necessidade de ação imediata se você quiser que sua empresa cresça, apareça e sobreviva nesse novo mundo.
Quando se trata de pessoas, está comprovado que a maiorias das crenças se formam principalmente na infância, entre os 0 e 12 anos, por influência dos pais, pelo que ouvimos, vemos, sentimos, por repetição ou forte impacto emocional.
O interessante é que essa regra também é valida para as empresas. Algumas influências, acontecimentos e experiências, muitas vezes produzem um conjunto de crenças, definem processos e posturas que criam um pensamento, cultura e comportamentos próprios de cada organização.
Com certeza isso é natural e até normal, mas o problema é quando não conseguimos distinguir e discernir a validade, a temporalidade e o real reflexo disso nos resultados atuais e futuros da organização. Decisões que foram tomadas em função de uma situação específica, em um tempo determinado, que geraram processos, procedimentos e condutas, não podem com o passar do tempo, em um cenário completamente distinto, continuar influenciando na operação e no posicionamento da empresa.
O grande problema é que esse comportamento produz o que chamo de “religiosidade corporativa”, no qual as pessoas dizem que creem em algo porque foram influenciados por pessoas e pelo ambiente no qual estão inseridos, adotando ritos e rituais, que as vezes não fazem o menor sentido para elas mesmas, mas continuam agindo assim apenas porque todos fazem daquela forma e dizem que se ela fizer tudo certinho, igual ao que dizem para fazer, vai dar tudo certo. Ah! Se Deus quiser!
Um dos maiores incômodos é que isso vai produzindo uma cultura de reação aos problemas e paralisia frente a necessidade de inovação, ao invés de uma cultura de construção de um caminho de crescimento contínuo que conduz ao “destino desejado”. Vou explicar isso melhor usando o exemplo da crença espiritual. Os religiosos creem que espiritualidade se trata de obediência a ritos e rituais pré-definidos pelos patriarcas de sua crença. Já outros, os chamados “espiritualizados”, entendem que se trata de um relacionamento vivo com um Deus vivo, construído e renovado todos os dias através da sua fé que produz uma mudança de mentalidade, chamada Metanoia, que além de mudar a forma de pensar, muda consequentemente sua forma de agir, levando a uma vida abundante e próspera. Eu creio plenamente na segunda opção
O que estou querendo dizer é que se você quiser ver mudanças efetivas de comportamento e atitudes, você precisa em primeiro lugar buscar uma mudança de mentalidade, de cultura de crenças. O processo é de dentro para fora. Primeiro penso diferente, e como consequência disso, eu ajo diferente!
Como líder, é seu papel garantir que a empresa flua em direção aos seus objetivos e resultados. Por isso, um dos seus principais papéis é identificar e remover todos os limitadores, os “quebra molas”, os “buracos” os “cotovelos” e toda uma série de obstáculos colocados ao longo do caminho da sua equipe, dos seu clientes, dos seus fornecedores… de todos os seus stakeholders, para tratar de algo específico em um tempo determinado. Um exemplo disso seria o de um sinal de trânsito colocado em um cruzamento para evitar acidentes e controlar o tráfego. Mas que, após anos, é mantido funcionando mesmo após a construção de um viaduto que possibilita ao trânsito fluir de forma contínua e segura. Manter esse sinal não faria o menor sentido! Mas…. não se sabe se algum “baluarte” da organização resolveu deixar ele lá para garantir que o viaduto não caia pelo excesso de tráfego. Isso é uma brincadeira, mas pode crer que situações como essa acontecem muito nas empresas.
Alguns casos podem ser simples, básicos e até mesmo hilários, como o exemplo acima, mas em muitos deles, você vai precisar de sabedoria e, acima de tudo, coragem para derrubá-los, assim como crenças criadas pela postura carismática ou “firme” de fundadores, executivos e “funcionários chave” ou “salvadores da pátria” honorários. Vou falar uma coisa. Esses são os piores!! Precisam ser implodidos!
Gosto de usar o termo implosão pois, sem dúvidas, para demolir estruturas, a rapidez de todo o processo é uma das principais vantagens da implosão. Sua capacidade de destruição é grande por ser estrategicamente planejada. Estruturas de médio e grande porte são as mais beneficiadas pelas vantagens do seu uso, uma vez que tal agilidade acaba sendo vantajosa por precisarem desta velocidade para que não prejudiquem a “área habitada” ao seu redor.
Na maioria dos casos, a decisão de que estas estruturas sejam implodidas vem de seu desgaste, da sua inadequação ao uso ou ao local onde estão. Liberando o espaço por elas ocupado para a utilização e construção de algo mais adequado, funcional e lucrativo.
Essa analogia da implosão de um edifício é perfeita na comparação com cultura, processo, procedimentos e até mesmo funções e departamentos que precisam ser removidos para que surjam novas práticas, novas iniciativas, novos papéis e para que novos talentos se sobressaiam. Você precisa desocupar os espaços valiosos ocupados pelo que não funciona mais, que é rígido, antiquado e ocupá-lo com o funcional, leve, ágil, flexível e que posicione e diferencie sua empresa competitivamente.
Quando se trata de abolir cultura, processos e procedimentos arraigados, não se deixe levar pela ideia de fazer isso devagar para que todos se “adequem a nova ordem em seu ritmo”, pois, na verdade, o que isso gera é uma coisa chamada “resistência a mudança”. Em consequência disso, começam as intrigas, os complôs, os “puxadinhos” e toda uma série de, disfarçadamente, ou até mesmo de forma explicita, manter tudo do mesmo jeito, mesmo que com cara de coisa nova. Tenho certeza de que você me entende e se identifica com alguma situação como essa.
Então, imploda as crenças, culturas e processos limitantes da inovação e do crescimento da sua organização, abrindo espaço para a construção de uma pista onde seus talentos possam entrar, ganhar velocidade e decolar junto com você para novos ares, novos mercados, segmentos e resultados. E leve sua empresa em direção a “vida abundante” que você com certeza sempre sonhou e que tanto tem trabalhado para que ela se torne realidade.
Se você quiser se aprofundar nesse assunto e ter uma excelente base sobre como colocar tudo isso em prática, uma excelente dica é o livro “Detonate”, escrito em 2018 por dois diretores da Deloitte, Geoff Tuff e Steven Goldbach.